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terça-feira, 22 de junho de 2010

Anotações da exposição de Filipenses 1:9-11 (Sermão 3)

Anotações da exposição de Filipenses 1:9-11

Pr. Silas R. Nogueira

Paulo começou dando graças a Deus pela obra que Ele [Deus] começou e iria terminar entre os filipenses [1.6]. Essa obra iniciada por Deus e que seria terminada também por Ele exige dos filipenses um desenvolvimento. “Operai a vossa salvação com temor e tremor” [2.12]. A oração é primordial para esse “desenvolvimento”. Ninguém discute que a oração é sumamente importante no crescimento espiritual. O apóstolo exorta os crentes a que “façam conhecidas, diante de Deus, as vossas petições, pela oração e pala súplica, com ações de graças” [4.6]. Contudo, ao orar pelos crentes de Filipos o apóstolo faz apenas um pedido. Nessa oração o apóstolo Paulo demonstra a nossa maior necessidade.

1. AMOR CRESCENTE, O ÚNICO PEDIDO DE PAULO, v.9
Um único pedido:
(1) Era a sua maior necessidade. Eles tinham amor – “vosso amor”. Mas, amor é algo dinâmico, se parar esfria. Quando o amor esfria, as motivações torpes surgem: 2:2-4 (partidarismo/vanglória); 14,15 (murmurações,contendas); 4:2,3 (desentendimentos pessoais).
(2) Encerra todas as necessidades do cristão: (a) cumpre o mandamento (Rm.13:10); (b) é superior aos dons (1 Co.12:31); (c) motiva a evangelização (2 Co.5:14); (d) é a força da santificação (1 Jo.2:10, 15);
(3) amor nunca é suficiente – “aumente mais e mais” (Ef. 3:16-19).
Ilustração:
Aplicação: Incluir amor entre as nossas necessidades urgentes; por quê? O amor é marca distintiva do cristianismo e o vinculo da perfeição, Cl. 3:14.

2. ELEMENTOS PRÁTICOS DO AMOR, v.9b
Os dois elementos básicos do amor:
(a) Conhecimento. (“ciência”-ARC) Não é o conhecimento que vem com diplomas universitários, antes é o conhecimento e experiência das realidades espirituais (Cl.1:9). Este tipo de conhecimento guia as nossas relações com Deus. Ele nos ajuda a entender aquilo que nos aguarda (Ef.1:17,18), nos ajuda a experimentar a Sua vontade e nos confere poder, perseverança, longanimidade e alegria, Cl. 1:10,11.;
(b) Percepção. (“conhecimento”-ARC) É a capacidade de tomar sábias decisões, maturidade. Essa percepção nos ajuda no relacionamento com os outros. É o discernimento que nos ajuda a decidir à luz das conseqüências eternas, não somente de valores momentâneos.
Ilustração:
Aplicação: O amor que dizemos ter possui esses dois elementos? O teste elementar é saber se você tem crescido no seu relacionamento com Deus e no serviço ao próximo. Se faltar um desses elementos, não temos de fato amor, mas um sentimento meramente carnal e prejudicial.

3. CONSEQUÊNCIAS DO AMOR, v.10,11
Conseqüências:
(1) Experimentar as coisas excelentes. Não é apenas decidir entre uma coisa boa e má, mas também entre coisas boas e boas, ou excelentes, 1 Co. 12:31;
(2) Sinceridade – (sem cera) testado pela luz do sol; íntegro; (3) Fruto de justiça, Gl.5:22. F. E. Schleiermacher dizia: “o fruto do Espírito não é outra coisa senão as virtudes de Cristo”. Note que Paulo diz “cheios do fruto...” – a plenitude da vida cristã reside na plenitude do caráter de Cristo. Depois, Paulo diz “o qual é mediante” – não podemos produzir o caráter ou virtudes de Cristo por nós mesmos, mas Ele faz isso em nós.
Ilustração:
Aplicação: Seu amor o tem feito escolher entre o bom e o melhor? O tem feito mais íntegro, sem máscaras? Tem trazido as virtudes de Cristo?

Conclusão: v.11b. O amor é o que nos faz viver para a glória e louvor a Deus – “para a Glória e louvor de Deus”. O amor é a nossa maior necessidade, devia ser, portanto, o nosso único pedido a Deus. Temos pedido isso ao Senhor?

quarta-feira, 2 de junho de 2010

QUAIS SÃO AS MARCAS VISÍVEIS DAS PESSOAS SANTIFICADAS?

POR: J. C. RYLE
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a) Santificação é mais do que falar sobre religião. Algumas pessoas estão tão familiarizadas com palavras e frases do evangelho e de falar tão fluentemente sobre eles, que convencem outros de que são de fato crentes. Deus não deseja que seu povo seja simplesmente um vaso vazio, como gongos ou como címbalos ecoando. “Não amemos com palavras, mas com ações e em verdade” (1 João 3.18)

(b) Santificação não é apenas uma apreciação temporária dos sentimentos religiosos. Serviços especiais (missionários) e reuniões de avivamento podem atrair muita atenção e devemos agradecer a Deus quando eles apresentam a mensagem do evangelho a muitas pessoas. Mas essas coisas são acompanhadas de muitos perigos, bem como de vantagens. Onde é semeado trigo, o diabo vai semear joio. Precisamos ter cuidado com a excitação religiosa que leva alguns a sentir uma atração temporária pelo Senhor. Depois de algum tempo, entretanto, eles caem (e voltam ao mundo) e se tornam mais endurecidos e piores do que antes. Devemos exortar todos os que mostram um novo interesse no cristianismo a se contentar com nada menos que uma profunda obra de santificação do Espírito Santo.

(c) Santificação não é apenas a realização ocasional de ações corretas. Muitas pessoas sinceras tem prazer em fazer, de tempos em tempos, o que eles sentem que são atos religiosos. Contudo, receio de que essa religiosidade externa é um substituto para a santidade interior. Eu sinto que há necessidade de falar claramente sobre este assunto. Pode haver uma quantidade imensa de serviços corporais enquanto não há santificação real.

(d) Santificação não consiste em retirar-se da vida quotidiana no mundo. Em cada época tem havido aqueles que acreditam que retirar-se em reclusão do mundo é uma estrada para a santificação. Mas onde quer que vamos, nós carregamos conosco a fonte do mal – os nossos corações. A verdadeira santidade não é uma planta frágil que só pode sobreviver em uma estufa, mas é forte e vigorosa e pode florescer na vida normal diária. A verdadeira santidade não faz o cristão evitar a dificuldade, mas enfrentá-la e superá-la.

(e) Santificação [verdadeira] manifesta-se no habitual respeito daquilo que Deus requer de nós. Quem tenta ser santo e ao mesmo tempo despreza os Dez Mandamentos quebrando qualquer um deles está seriamente iludido e terá dificuldades para provar que é “santo” naquele “último dia”.

(f) Santificação [verdadeira] manifesta-se no constante esforço para fazer a vontade de Cristo. Seus requisitos práticos são encontrados em todos os Evangelhos e no sermão do monte. Nosso Senhor ensinou seus discípulos continuamente o que deveriam ser e fazer. “Vós sois meus amigos se fizerdes os que eu vos mando” ( João 15.14), foram as Suas palavras. Nós ainda servimos a este mesmo Senhor.

(g) Santificação [verdadeira] se manifesta num desejo de viver de acordo com o padrão para as Igrejas, estabelecidos por Paulo. Esse padrão pode ser encontrado nos capítulos finais de quase todas as suas Epístolas. Eu desafio qualquer pessoa a ler com cuidado os escritos de Paulo sem encontrar neles um grande número de claras orientações práticas sobre o dever do cristão, em cada relacionamento da vida. Estas instruções foram escritas por inspiração divina, para a orientação dos cristãos professos.

(h) Santificação [verdadeira] se manifesta na atenção a todas as graças espirituais que o Senhor tão bem exemplificou. “assim como eu vos amei, que também vos ameis uns aos outros. Nisto conhecerão que sois meus discípulos.” (João 13.34,35). Pedro escrevendo aos crentes diz: “Porquanto para isto mesmo fostes chamados, pois que também Cristo sofreu em vosso lugar, deixando-vos exemplo para seguirdes os seus passos, o qual não cometeu pecado, nem dolo algum se achou em sua boca; pois ele, quando ultrajado, não revidava com ultraje; quando maltratado, não fazia ameaças, mas entregava-se àquele que julga retamente” (1 Pedro 2.21-23). Paulo nomeou nove graças na lista do fruto do Espírito em Gálatas 5.22-23. Não faz sentido a pretensão de santificação a menos que exibamos estas coisas em nossas vidas. Nem todos os crentes apresentam todas estas marcas, mas elas são o padrão bíblico que todos os fiéis devem procurar.
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Aspects of Holiness, J. C. Ryle, Grace Publications, pp. 25-27
Tradução livre e adaptação: Silas Roberto Nogueira