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terça-feira, 10 de agosto de 2010

ANOTAÇÕES DA EXPOSIÇÃO DE FILIPENSES 1.12-20 (SERMÃO N° 4)

Exposição Filienses, por Silas Roberto Nogueira
Texto: Filipenses 1:12-20

Introdução
No estudo anterior falamos sobre a nossa maior necessidade, o amor. Dos seus dois elementos práticos – conhecimento e percepção e as conseqüências do amor crescente na igreja – experimentar coisas excelentes, sinceridade e fruto de justiça.

Neste trecho quase biográfico, observou Dr. Shedd “vemos, primeiramente, atitudes, um modo de ver, uma maneira de avaliar as circunstâncias e as pessoas”. Há uma progressão de tempos verbais no português do passado para o presente e deste para o futuro e Paulo apresenta o seu modo de encarar tudo isso. Como reagimos ao que acontece conosco é a coisa mais importante, ou como diria Dr. Lloyd-Jones “é o que é vital na vida”. O que temos neste texto é uma amostra de como alguém que colocou Cristo no centro de sua vida reage ao que lhe acontece.

1. COMO PAULO REAGE AO SOFRIMENTO PROVOCADO PELO MUNDO, v.12,13
Darei atenção à frase: “as coisas que me aconteceram”. Paulo com esta frase se refere às suas “prisões” (1:7,13,14) e os sofrimentos advindos disto. Lembre-se Paulo foi preso e sofreu injustamente. O livro de Atos tem como função oferecer uma defesa do evangelho, por isso narra as prisões de Paulo e acima de tudo, mostra que ele não era um criminoso. Ele foi preso em Jerusalém num levante dos judeus, depois, por causa de uma cilada, foi transferido para Cesaréia, embora as autoridades atestassem sua inocência ele ficou preso também porque não lhes pagou suborno. Enquanto escreve esta carta estava preso, não mais em Cesaréia, mas em Roma. Foi-lhe permitido alugar uma casa e ali recebia pessoas e anunciava o evangelho. Ele estava preso, mas não o evangelho prosseguiu “sem impedimento”. Como Paulo reage ao sofrimento injusto? Ele não culpa Deus. Ele não murmura, nem se faz de vítima. Não se vê como alvo de ira divina ou de alguma obra maligna. Ele vê tudo o que lhe acontece como uma oportunidade da parte de Deus para testemunhar. Por isso ele diz “contribuíram para o progresso do evangelho”. Quando preso em Jerusalém, pregou à multidão enfurecida e depois ao Sinédrio; quando em Cesaréia, às autoridades; quando enviado a Roma, aos tripulantes e mais tarde aos nativos de uma ilha; quando em Roma, acorrentado a um soldado, pregou a toda guarda pretoriana e sua casa era um centro evangelístico.

Conheci um pastor chamado Bartimeu Vaz de Almeida Junior. Ele foi o diretor da Cruzada Estudantil e Profissional para Cristo e foi também pastor da Primeira Igreja Batista em Santo André. Veio a falecer devido a uma grave enfermidade, mas durante os meses de sua internação a cada uma das enfermeiras que ele conheceu pregava o evangelho de Cristo. Não estava irado com Deus pela sua doença, mas encarava aquele momento como uma oportunidade para curar almas com uma doença que era mais grave do que aquela que debilitava seu corpo.

Como você encara o sofrimento? Quem tem Cristo como centro de sua vida olha cada circunstância como uma oportunidade de glorificá-Lo.

2. COMO PAULO REAGE A OPOSIÇÃO VELADA ENTRE OS IRMÃOS, v.14-18
Prestemos atenção às palavras: “a maioria dos irmãos” (14). A situação aqui é sem igual. Quando Paulo chegou a Roma é possível que os irmãos não tivessem uma atitude positiva em relação a sua prisão. Mas passado algum tempo, motivados no Senhor, começaram com ousadia a pregar. Esse é o sonho de todo pastor, uma igreja onde a maioria está envolvida na tarefa de ganhar almas. No entanto, Paulo nota que a igreja está dividida. Alguns têm evangelizado de “boa mente” (15), mas um grupo pequeno anuncia o Cristo por motivos torpes. Para fazer com que Paulo sofresse com o sucesso de seus ministérios. Certo comentarista diz que os opositores de Paulo tinham em sua prisão uma condição de fraqueza e derrota por que eram triunfalistas. Como Paulo reage à oposição velada dentro da igreja? Ouso dizer que a reação de Paulo é desconcertante. Note que Paulo não condena a doutrina e nem os pregadores. Paulo discerne as intenções e avalia os resultados. (v. 15,17,18). Nada de retaliação ou defesa da sua posição como apóstolo. Simplesmente ele discerne a motivação dos seus opositores e depois de avaliar os resultados – Cristo esta sendo pregado - alegra-se. Quando ele diz “que importa” ele demonstra que nunca esteve preocupado consigo mesmo, com sua reputação, mas com o fato de Cristo ser anunciado.

Esta igreja de Filipos era como a igreja de certo pastor que dizia que cem por cento dos membros eram ativos, causando espanto nos outros pastores. Ao questionarem o segredo de como envolver a igreja toda, respondeu: é que cinqüenta por cento está comigo e os outros cinqüenta estão contra.

Como você encara a oposição entre irmãos? Ataca? Ressente-se? Faça como Paulo, discirna as intenções e avalie os resultados. Se o nome de Cristo está sendo glorificado, não se importe, alegre-se.

3. COMO PAULO REAGE AO FUTURO INCERTO, v.19,20.
O futuro é sempre motivo de muita ansiedade pela incerteza que o cerca. No caso de Paulo era questão de vida ou morte. Ele aguardava o julgamento e a sentença por parte do Estado. Não podia prever se estaria solto, prosseguindo seu programa missionário ou se seria condenado à morte, pondo fim a sua carreira como apóstolo. Como Paulo reage ao futuro incerto? Sua filosofia de vida está descrita no v.20 e resumida no v. 21. Quer viva ou morra, Cristo será engrandecido no seu corpo. Observou Dr. Shedd “quando uma pessoa tem sua confiança total no Deus onipotente, nada de rui pode sobrevir, porque os eventos e as circunstâncias são controlados por ele. Só havia duas opções, e qualquer delas que Deus escolhesse para Paulo tinha que ser o melhor”. Geralmente as pessoas dizem que o futuro a Deus pertence, querendo dizer com isso que o futuro é incerto. Mas se você pertence ao Deus a quem pertence o futuro, seu futuro não é incerto. De onde vem a certeza de Paulo quanto ao futuro? Paulo revela que a oração intercessora e o auxílio do Espírito é o que lhe fornece esperança de não ser envergonhado (19,20). O sentido da frase “pela provisão do Espírito” é a de um corpo sendo suprido pela cabeça de vida, nutrição e direção. Não é estar cheio do Espírito Santo, mas ter aquela força interior que nos reveste de ousadia necessária para fazer a coisa certa. Paulo aguardava o julgamento e sabia que sua liberdade poderia ser obtida se negasse ao Senhor, por isso ele diz que no momento crucial, com auxílio do Espírito, não será envergonhado, “antes com ousadia Cristo será engrandecido no meu corpo...” (20).

Wacthman Nee ficou preso injustamente por 20 anos. Todos os dias lhe pediam que renegasse ao Senhor para que fosse solto. Ele resistiu até que em 1972 ele faleceu na cadeia. De onde vem tal determinação senão do Espírito Santo?

Devemos buscar auxílio no Espírito Santo, pois não importa quão incerto seja o futuro – ele pertence ao Deus a quem pertencemos, estamos seguros.

Conclusão:
O vital na vida é como reagimos ao que nos acontece. Quando vem o sofrimento, a oposição ou a incerteza do futuro, como você reage? Se Cristo domina a sua vida totalmente, os sofrimentos são oportunidades, a oposição é vencida com discernimento e avaliação e o futuro perde seu terror, não importa o que venha, estamos seguros nEle e por Ele.

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